O ensaio versa sobre a documentação cartográfica legada pelos engenheiros
militares, em Portugal, no século XVIII. Analisa a dimensão técnica da produção de mapas,
focalizando os instrumentos e os métodos empregados nos levantamentos de campo e no
desenho de gabinete. Do ponto de vista da cultura material, os mapas são interpretados
como artefatos culturais e, portanto, históricos; dessa forma, as particularidades da linguagem
cartográfica revelam as concepções de mundo, o estado do conhecimento científico, as
convenções e os códigos de representação próprios de cada período. Propõe uma metodologia
de análise morfológica da linguagem cartográfica, desconstruindo os diversos estratos da
tessitura desse tipo de representação visual. Para tanto, mobiliza um vasto campo de
documentos correlatos, heterogêneos, tais como tratados de geometria prática, desenho e
arquitetura, contemporâneos ao objeto de estudo.
This essay studies the cartographic documentation left by military engineers in
Portugal, during the 18th Century. The technical dimension of map making is analysed, focusing
on the instruments and the methods employed both in field surveys and in subsequent graphic
representations. From the point of view of Material Culture, maps are understood as cultural
artefacts, therefore historical artefacts; in this sense, the particularities of cartographic language
reveal the world conceptions particular to each period. This article proposes a methodology
of morphological analysis of the cartographic language, deconstructing the several strata in
the organisation of this kind of visual representation. In order to do so, a vast array of
heterogeneous correlate documents is mobilised, such as practical geometry, drawing and
architecture treatises, contemporary to the period studied.
Fil: Piccolotto Siqueira Bueno, Beatriz. Depto. de Históiria da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidad de Sao Pablo, Brasil